É claro que há predisposições, mas não há um líder que seja
tão somente nato, ou seja, excelente por nascença. Um líder, um bom líder, é
formado pela evolução e o equilíbrio de várias instâncias, dentre as quais eu
cito a inteligência (tanto emocional quanto racional), a percepção
(sensibilidade) e as experiências. Partindo daí uma busca contínua por
adaptação e assertividade.
De fato, o
líder precisa sofrer de uma insatisfação positiva que o leva a querer sempre
mais e melhor. Ambição é uma palavra apropriada, porém, não se deve confundi-la
com ganância. Levando em consideração a constante mudança do mundo, o líder
necessita treinar a si mesmo no que diz a: ter uma mente aberta; ser capaz de
elevar os liderados em todos os aspectos; contagiá-los com alegria, confiança e
empolgação no que faz (no seu objetivo); e empreender o futuro. Neste último,
enfatizo a criação de estratégias, seja simples ou complexa, como fruto de
antecipação e planejamento. Em outras palavras, olhar o futuro como se
estivesse presente e todas as possibilidades de acontecimento.
É comum ver as pessoas com medo
de enfrentarem qualquer circunstância que a coloque na liderança, por menor que
seja. Aparentemente, é uma função complexa demais e exige demasiada coragem.
Porém, ter medo não é pecado, nem mesmo para um líder. Até porque o medo é um
ato de inteligência, uma emoção que indica o perigo. Já pensou o que seria de
um líder sem a percepção e noção do perigo? Um causador de catástrofes, talvez.
Portanto, coragem não é a ausência do medo, mas a capacidade de enfrentá-lo.
Ousadia!
Como o
resultado do trabalho de um líder é sempre o reflexo de seus liderados, creio
que seja importante citar que sempre há expectativas por parte dos liderados a
serem correspondidas, e delas dependem a harmonia do grupo. Elas, as
expectativas, são flexíveis de acordo ao ambiente e valores, porém, há uma
“maioria”, e vou citar algumas.
- Recompensar o esforço;
- Conquistá-los sem uso de força ou amedrontamento, fazendo-os admirá-lo através dos ideais e o compartilhamento de habilidades, experiências e talentos;
- Oferecer sugestões técnicas, conselhos ou treinamento;
- Ir a frente e estar próximo à equipe, ter um laço de confiança e afetividade;
- Tornar a relação atraente e benéfica para os dois lados (liderança e liderado);
- Não mudar diante do poder e da grandeza (e isso pode ser até mesmo diante de uma pessoa);
- Não se fazer de vítima ou procurar culpados;
- Reconhecer a aceitar as diferenças.
Eu poderia escrever palavras e
mais palavras sobre isso, mas acredito que já tenha entendido a essência da expectativa.
É importante que se evite delas serem frustradas, apesar de nem sempre ser possível, e, para evitar frustrações e
desconexões entre o líder e o grupo é importante que o líder seja muito claro
quanto aos seus valores, postura, ética, planos e expectativas, e se preocupe
em saber o mesmo sobre o outro lado. A imprevisibilidade, apesar de atraente em
outros casos, na liderança é um forte gerador de insegurança, medo e
desaprovação.
É importante também que o líder
tenha uma autopercepção apurada. Não apenas na liderança, mas em tudo o que ele
faz há um padrão de comportamento. Padrão que muitas vezes passa despercebido,
inconsciente, num ponto cego. Já parou para pensar no efeito que suas ações,
sua energia e suas palavras causam nos outros? E mais, por que você faz tudo da
forma que faz? Conhecer a si próprio é um dos pontos fundamentais da boa
liderança, pois quando se conhece bem a si mesmo, facilita-se conhecer os
outros e suas necessidades.
Pensamentos fortes e
esclarecidos + alta confiança + autopercepção = boa liderança.